Batatas fritas palha e pacotes de Nestum ou descobri mais umas coisas preciosas em Londres


Tudo começou com uma pergunta: alguma vez viste por aqui batata frita palha à venda? sim, na mercearia ao pé de minha casa! passa por cá, tomamos um café e eu mostro-te!
Melhor que o café, foi o sumol de laranja. Saído de uma lata que fala português. Num café que se eu disser que é o Café Central cá da zona, vocês percebem. Com empregadas de bata que conhecem os clientes pelo nome e servem bolos de arroz e rissois.
Na mercearia os olhos brilharam-me com as caixas de nestum, os pacotes de farinha branca de neve, as garrafas de dão grão vasco e os pacotes de sugus. Lá vim eu com os pacotes de batatas e um frasco de caramelo para o pudim.
Decidi continuar rua fora. Descobri a retrosaria onde o bom dia vem seguido de um que precisa?. Hoje não preciso de nada, mas fiquei a saber onde existe  minha linha de crochet.
Rua fora. O cheiro a mar fez-me entrar numa peixaria onde, e após meses de frustração, descubro finalmente peixe com ar de ter nadado recentemente. Inteiro. Com escamas e espinhas e olhos brilhantes. A preços de quem acha que peixe é comida normal e não um luxo gormet. Vou voltar lá.
Rua fora. O mercado de Portobello Road está lá. Mas às sextas sem encontrões e permitindo ver o que realmente existe nas bancas de legumes. Legumes com ar verde e fruta firme. Apetece levar para casa e organizar uma orgia de vegetais. Vou voltar lá.
E assim percebi que a rotina das sextas à tarde, vai ser sair do escritório de mochila às costas, apanhar o metro, beber um café onde rapidamente saberão o meu nome, comprar peixe e legumes e voltar para casa feliz sabendo que descobri algo que me faz sentir mais em casa.

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