Coisas dos dias

Quando passei a achar que o Tom Cruise falava espanhol, achei que estava na altura de voltar para casa. Agora que começo a gostar de porridge, se calhar devia fazer o mesmo. Não fosse o leve facto de agora ter o meu emprego de sonho (que me vai tirar anos de vida, causar preocupações sem fim, dar chatices daqui até à China mas nada disso importa). Portanto, vamos falar de porridge.
Cada vez que via a malta a comer porridge, eu olhava para aquilo com um ar de "mas que porcaria é essa de que tanto gostam e tem um aspecto tão miserável?". E as minhas primeiras experiências foram más. Muito más. Porridge pré-feito, tipo adiciona água e come; uma coisa super-doce, miserável. Mas camano, um povo inteiro não pode estar assim tão errado (meio povo pode: é só ver que há muitos que odeiam marmite). Por isso lá me tentei outra vez, influenciada pelos mais recentes livros de cozinha cá de casa. Comecei a fazer em casa, do princípio. A meter fruta e iogurte por cima. E umas sementes ou frutos secos. E comecei-lhe a ganhar o gosto. Sobretudo nestes dias mas frios, com uma boa chávena de chá (a que agora adiciono rodelas de gengibre e de curcuma). Hoje foi porridge com fruta aquecida com manteiga e mel (meu deus, é tão bom), mirtilhos, sementes e iogurte de gengibre (outra coisa pornograficamente boa).
Entretanto, comme d'habitude, cá por casa continua a ler-se muito. Agora é Butcher's Crossing, de John Williams. Em português, para variar. Confesso que não sei nada sobre o autor. Mas gostei da capa do livro, sóbria, simples, nada daquelas coisas pseudo-fofinhas-ou-palermas-ou-self-help-ou-seja-lá-o-que-deu-nos-editores-que-inventam-capas-medonhas. Ainda não me decidi se gosto do livro. E confesso que é quase estranho estar a ler em português. Ou secalhar é deste livro que parece ter adjectivos a mais. Mas vou perseverar. 
E pronto, aqui ficam os meus companheiros de pequeno-almoço. 
Bom dia mundo!

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