Passamos a vida a aprender sobre nós mesmos

Sempre disse (e acreditava verdadeiramente nisso) que não era afectada pelo tempo. A chuva não me deprimia, não ficava extasiada com um dia de sol. O tempo é o tempo, não vale a pena chatearmo-nos com ele.
Pois. Isto era verdade quando eu morava em Portugal. Depois de 3,5 anos em Angola, percebi que precisava (e muito) das estações do ano. Preciso da fluidez e da transição das estações. Preciso de chuva e camisolas de lã da mesma maneira que preciso de t-shirts e calções. Por isso, quando percebi que vinha para Londres, fiquei contente. Um lugar com estações mas sem o calor tórrido que me torturou durante anos.
Mas claro que havia mais para aprender. Continuo o não ser afectada pelo tempo no sentido em que a chuva e o frio não me deprimem. Mas dou por mim, de forma muito instintiva, a mandar-me para um parque em qualquer fim-de-semana com vestígios de sol aberto. Chego lá e sento-me à sombra, mas preciso de sol e gravito para ele na primeira oportunidade.
Acho que é apenas mais uma daquelas coisas que me fazem perceber quão abençoado é o nosso cantinho de mundo. Tomem bem conta do país enquanto eu estou fora que isso é mesmo precioso.

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