Eu sei, eu sei

 As fotografias deixaram de aparecer. Acho que as tirei até ao dia 50 mas não as publiquei aqui. Depois deixei de tirar. Deixei de querer contar as dias. Assumi que ia ser assim por uns tempos.
As semanas tornaram-se um estranho contínuo. Passavam a uma velocidade vertiginosa que não deixava respirar. Depois foram as férias e o confinamento em casa quando regressei. Os passeios matinais foram cancelados por duas semanas. Troquei-os por mais meia hora de sono.
Mas depois das duas semanas trancada em casa, comecei a ir para o escritório dois dias por semana. Para sair de casa. Para  ver gente. Para cortar a monotonia dos dias. E funciona! Sim, posso conjugar uns dias em casa, com uns dias lá. Sabe bem parar e ter conversas cara a cara com uma chávena de café acabado de fazer na mão. Da mesma forma que é possível auditar remotamente. Portanto agora faço ambas. Tal como faço das duas maneiras em muitas outras coisas.... a fruta é comprada na banca de fim-de-semana mas os legumes são entregues em casa, o peixe é escolhido um a um mas o grosso da mercearia é comprado on-line com uma entrega por mês. De alguma forma aprendi a viver da mesma maneira mas de outra maneira. Nem sei explicar. Mas estou contente por não ter enlouquecido durante o confinamento, estou contente com o que me ensinou, trouxe-me coisas que não sabia e estou a fazer delas o melhor que posso. E agora vou sair antes que me levem o peixe fixe todo.

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