Já só dá para rir!

Ou para chorar...
Hoje, na TSF, foi dia de ouvir a opinião do Carlos Carvalhas. Basicamente vim a ouvir com atenção para perceber quanto tempo demoravam a chegar as palavras "capitalismo", "neoliberalilsmo" ou outras que tais. E ele até se aguentou uns minutos mas depois da primeira aquilo foi um chorrilho de "capitalismo", "neoliberalismo", "grande capital", "globalização", "controlo dos grandes grupos económicos" e pronto, descambou.
Esclareçamos uma coisa: eu sou de esquerda, está-me na massa do sangue. Mas quero que a esquerda seja inteligente, realmente fraterna, preocupada com que todos tenham acesso a um mínimo de dignidade. E a esquerda só vai conseguir isso se atrair eleitores. Eu acho que partidos como o PCP ou o BE fazem realmente falta à democracia por serem menos acomodados e lançarem pedras no charco. Mas apesar de nunca ter votado neles, doi-me a alma cada vez que ouço o PCP lançar-se em força neste discurso que, de tão usado, já não siginifca absolutamente nada, já ninguém pensa sobre ele e, como eu, uma série de gente muda apressadamente de estação de rádio. É triste.

Comentários

myself disse…
Ainda me hás-de explicar o que é isso de ser de esquerda/direita nos dias de hoje, não falando nos extremismos, é claro
moimemme disse…
imediatamente vem à memória o texto de Eça de Queorós que a nossa amiga myself nos trouxe há pouco tempo.
a differença para a actualidade é essencialmente o "...escrevem bem, discursam com ortesia e pura dicção..." o que vem de encontro a alguns dos teus ultimos post's sobre os "comentáios" e "discursos" dos nossos politicos da actualidade.
Sandra Coelho disse…
Não sei se a minha direita/esquerda corresponde à do resto do país. Mas para mim, esquerda continua associada a fortes preocupações sociais, que sem nivelarem o que não pode ser nivelado, garantem um mínimo de dignidade. É acreditar que nem tudo se pode reger pelas regras de gestão privada embora acredite que se deve ter bons gestores. É ser a favor de pagar os impostos devidos para que eles efectivamente contribuam para o bem de todos.
É não acreditar que vale tudo, é aceitar gente diferente, de outros lugares, é valeres pelo que vales e não pelos galões da família.... e claro que isto hoje, em Portugal, é meio confuso porque todos os partidos se assemelham e os maiores acabam por apresentar um discurso semelhante; basicamente, isso faz com que eu possa apoiar uns ou outros num dado momento de maneira a defender aquilo que eu considero como mais justo.
Se calhar também é muito uma noção familiar. A família do lado da minha mãe é mais dada ao socialismo e ao comunismo e são as pessoas que eu mais admiro como pessoas. O outro lado soa-me mais preocupado com o dinheiro e com ideias mais conservadoras e restritivas que é o que eu associo mais à direita, embora a minha ideia da direita seja um pouco mais ampla.
Faz sentido?
Tobias disse…
faz sentido a tua maneira de pensar. Mas como tu dizes, não faz sentido em termos de estandartes políticos e de diferenciação partidária, porque este país é caótico em quase tudo e muito caótico na política. Para mim, fora uma figura ou outra, é tudo um bando de abutres que lá estão por tudo, menos pelas razões mais válidas (como a preocupação pelas pessoas e pelo país). Estou completamente descrente quanto a política.