Muito mais tranquila

Ainda não me fui inscrever na Embaixada (eu sei, não me batam, já devia ter ido....) por isso ontem não votei. Em vez disso, passei mais um agradável domingo em casa do Tio Sorrisos. Mais um daqueles dias que se escoam entre caldo de peixe, conversas, os melhores rissois de Luanda, muamba de galinha, pasteis de nata. E à noite, quando as televisões começaram a anunciar os resultados, eu estava demasiado entretida a falar com amigos e a saquear a casa da Suzete que vai regressar a Portugal e eu herdei carne, velas, conchas, cestos, tupperwares...
Por isso, quando alguém recebe uma chamada de Portugal a dar os resultados, eu fiquei ainda mais feliz! Acabou-se a maioria absoluta que, quer se queira ou não, seja melhor ou pior, tem sempre um bocadinho de despotismo à mistura. A Manela Ferreira Leite perdeu e pode ser que perceba que os tempos mudaram e ninguém concebe uma primeira-ministra de cabelo cheio de laca e colares de pérolas que acha que o casamento é para procriar.
O que realmente não me agradou foi o resultado do PP. O Paulinho das Feiras subiu na votação o que significa que a malta se está a deixar levar no populismo barato que ele faz. E não quero imaginar que o PS possa tentar chegar a acordo com ele.
Mas no geral estou feliz! Afinal custar-me-ia muito renegar o meu país durante 4 anos!

Comentários

eMe-a-eMe disse…
amiga : )
tu ainda estas por longe.
agora imagina quem tivesse que aturar a velha senhora diáriamente durante os próximos 4 anos, com toda aquela cambada que a acompanha.
desta livrámo-nos...ufa...
Marta Mourão disse…
Ouvi a teoria de alguém que dizia que os que queriam votar à direita recusaram-se a votar na Manela, por isso a única opção foi votar no Paulinho das Feiras. Ou seja, o Paulinho ficou com os votos da Manela. Deve ter sido isto...
A Senhora que queria ser Primeira-Ministra não o será! Ainda bem, desta estamos livres!
O ainda mal está na votação dada ao Paulinho das Feiras. Como foi possível mais de meio milhão de portugueses ter votado num político postiço?
Outro mal poderá estar para vir: o novo governo. As declarações dos lideres partidários depois de conhecidos os resultados, não auguram nada de bom!
Um abraço
Sandra Coelho disse…
Espero que a Marta esteja certa.... que o aumento de votação do CDS tenha vindo do PSD. Só porque me tira um bocado do sério que o PFeiras ande, com o seu fatinho de caxemira, feito à medida, a prometer mundos e fundos a quem tem pouco. Se ele fosse um bocadinho mais discreto, eu ainda dava de barato....
E sim Carlos, esperemos pelo governo. Já se fazem apostas sobre quem o vai integrar?
eMe-a-eMe, mesmo longe, ia custar muito. Logo agora que eu descobri onde é que se vendem jornais portugueses aqui em Luanda, tás o ver o que ia ser o meu desgosto semanal???
Apostas, apostas não direi, mas se olharmos para o panorama...
Excluindo das contas o PSD só há duas maiorias (das que são precisas para aprovar as leis)possíveis no Parlamento - PS/CDS e PS/BE/PCP. José, Francisco e Jerónimo juntos? Na, não estou a ver...José e o postiço? Nunca se sabe, já aconteceu com Mário e Diogo.
Ou, nada disto e José vai pôr-se a negociar com Manuela, assim a modos que por baixo da mesa.O "centrão" ainda pesa...
Penso que o que baralhou tudo isto foram as contas do Francisco (BE) terem sido erradas e o postiço o ter ultrapassado.
Aguardemos...
Um abraço
Sandra Coelho disse…
De entre todas as hipóteses possíveis, eu quase que preferia negociatas com o PSD. Acho que de uma vez por todas os políticos deviam deixar o umbigo em paz, analisar o que é melhor para o país, e estabelecer pactos de regime decentes e duradouros, consensuais, que permitissem que o país tivesse um rumo definido durante umas décadas. Mas acho que isto é mesmo só wishful thinking…
De acordo. Pactos de regime são necessários. Só que os nossos políticos adoram olhar para o umbigo, digo eu...!
Pasmei! Comentando os resultados eleitorais os lideres, cada um por si, pareciam os vencedores. Perdedor só um - José!
Wishful thinking...Acreditar no que se deseja não custa. Cá por mim talvez o melhor fosse ir por aí.