Outra Luanda

É um facto conhecido e universal que a melhor maneira de conhecer um local é com um nativo. E apesar de eu estar rodeada de amigos nativos e o Pateta e a Abelha Maia me terem já mostrado e explicado mil coisas, a primeira volta turística verdadeira que dei em Luanda foi ontem à noite, com a Shorty.
A Shorty está cá de férias. E como durante anos ela me falou da cidade, só faltava mesmo ir mostrar-me os locais. E por isso, ontem fez-me decorar onde é a Embaixada de Portugal ("Já te registaste?" "Áainda!"), fez-me babar com o artesanato da Okapi (se eu já estava perdida de amores por máscaras, agora sei que a minha casa vai ser um pequeno museu quando eu regressar de vez ao Porto), desvendou-me o bairro de Miramar com as suas vivendas fantásticas de vista deslumbrante, explicou onde se pode jogar ténis e ir nadar, apontou a melhor e mais recomendada farmácia de Luanda, mostrou onde era o Punive de que tanto ouvi falar, ameaçou-me de porrada se eu não for rapidamente visitar o pai dela ao escritório para descansar a vista na arquitectura interior....
Eu acredito piamente que podemos gostar de muitas coisas diferentes, até opostas. Se há cidade onde me sinto bem é no Porto mas se me perguntarem se quero ir morar para Copenhaga eu desato já aos saltos de felicidade. Mas Luanda tem coisas boas, tal como tive de as descobrir em Lisboa ou em Madrid e tal como tive de descobrir cantos onde gostava de estar em Barcelona ou em Agadir. Este processo tem sempre de se repetir. Mas fica mais fácil com ajuda.
Obrigada Shorty!

Comentários

Marta Mourão disse…
Conheço a dona da Okapi. Durante algum tempo a Okapi foi um ponto de venda da colecção de t-shirts que distribuí em Angola.
Impecável tanto a loja como a própria dona.
(Eu morava perto da Okapi)
Sandra Coelho disse…
Ainda não consegui ir lá com calma... Vai ter de ser no próximo sábado. Mas a montra promete!