E mais chuva
Mais uma daquelas chuvadas monumentais de Luanda.
Quando ia para o supermercado fazer as compras para um final de tarde com amigos, vi as nuvens a escurecer. Quando tentei sair, caía um dilúvio. Chuva feroz, batida pelo vento. Pedaços do telhado do supermercado a voar e a água a cair por todo o lado. Lembrem-me para nunca entrar naquele elevador (não dá para confiar num elevador cuja caixa (teoricamente de betão) deixa passar mais água que um peneiro). Quando tentei sair (melhor sair debaixo de chuva forte que ficar com o carro atolado ou apanhada no caos que se vai gerar na cidade), percebi a vantagem de andar aqui de chinelos. Os chinelos secam, os sapatos é mais difícil. Ainda bem que estava de vestido. As pernas secam, as calças é mais difícil.
Mas o verdadeiro drama é que morre gente com as chuvas de Luanda. A cidade fica cheia de água, os sistemas de pluviais não estão pensados para uma cidade de 6 milhões de pessoas, não estão pensados para estarem entupidos, cheios de ligações piratas. Mas ainda assim, a marginal fica atascada, a Mutamba transforma-se num mar de lama, mas enfim. O drama é nos musseques. A água não tem por onde escorrer. A esta hora está tudo de balde em punho a tirar a água de lá de dentro. Muita gente não vai conseguir sair do bairro amanhã para trabalhar (belíssimo dia para se marcarem reuniões cidade fora). Mas na Samba e na Boavista, há sempre mais um pedaço de morro que cai para a estrada, há sempre casas que desabam e gente que morre. Na semana passada morreram 11 pessoas. Vamos ver o que acontece desta vez. Mas não vai ser bom.
Eu cá, vou ficar pelo meu sofá. A acabar finalmente uma das mantas (de hoje não passa!!!!) e a fazer mais umas coisas que me andam pela cabeça. Vou pôr o ar condicionado mais frio, manter as cortinas abertas para ver a luz cinzenta e vou fazer de conta que estou em casa, num dia de Outono, sentada no sofá a beber cacau quente e com uma manta pelas pernas para ser acolchoada.
Quando ia para o supermercado fazer as compras para um final de tarde com amigos, vi as nuvens a escurecer. Quando tentei sair, caía um dilúvio. Chuva feroz, batida pelo vento. Pedaços do telhado do supermercado a voar e a água a cair por todo o lado. Lembrem-me para nunca entrar naquele elevador (não dá para confiar num elevador cuja caixa (teoricamente de betão) deixa passar mais água que um peneiro). Quando tentei sair (melhor sair debaixo de chuva forte que ficar com o carro atolado ou apanhada no caos que se vai gerar na cidade), percebi a vantagem de andar aqui de chinelos. Os chinelos secam, os sapatos é mais difícil. Ainda bem que estava de vestido. As pernas secam, as calças é mais difícil.
Mas o verdadeiro drama é que morre gente com as chuvas de Luanda. A cidade fica cheia de água, os sistemas de pluviais não estão pensados para uma cidade de 6 milhões de pessoas, não estão pensados para estarem entupidos, cheios de ligações piratas. Mas ainda assim, a marginal fica atascada, a Mutamba transforma-se num mar de lama, mas enfim. O drama é nos musseques. A água não tem por onde escorrer. A esta hora está tudo de balde em punho a tirar a água de lá de dentro. Muita gente não vai conseguir sair do bairro amanhã para trabalhar (belíssimo dia para se marcarem reuniões cidade fora). Mas na Samba e na Boavista, há sempre mais um pedaço de morro que cai para a estrada, há sempre casas que desabam e gente que morre. Na semana passada morreram 11 pessoas. Vamos ver o que acontece desta vez. Mas não vai ser bom.
Eu cá, vou ficar pelo meu sofá. A acabar finalmente uma das mantas (de hoje não passa!!!!) e a fazer mais umas coisas que me andam pela cabeça. Vou pôr o ar condicionado mais frio, manter as cortinas abertas para ver a luz cinzenta e vou fazer de conta que estou em casa, num dia de Outono, sentada no sofá a beber cacau quente e com uma manta pelas pernas para ser acolchoada.
Comentários
:(
Aqui vai um gelo insuportável (bem, suporta-se, eu é que detesto o frio) e não há cacau quente que conforte desta friagem. Juro.
Ai que saudade de, sei lá, Miami!
...
(espero que as baixas por aí não sejam muitas..., óptimo seria que não fossem nenhumas, pobres gentes..., a eles a "fartura" da terra não adianta nada, pois...)
não sei há quanto tempo segues o blogue, mas se fores às primeiras fotos do 365 tens lá uma de um morro com barracas no cimo. vais perceber porque é que mortes são praticamente inevitáveis.