A malta tem de decidir ...
... se quer energia limpa e água para beber, ou comboios que usam meia dúzia de pessoas. Ou se queremos energia ou gravuras.
Quando aconteceu Foz Côa, eu era das que dizia que se devia parar a barragem e preservar as gravuras. Hoje, estou convencida do contrário. Ficámos sem a barragem mas a região não lucrou nada. E se alguém conhece a zona, sabe que o que resta é uma enorme cicatriz na paisagem onde foram escavados os encontros. Sabe que o que sobra são estradas más e nenhum desenvolvimento turístico.
Agora é a vez de Foz Tua. A Unesco está indignada com a barragem. Acho que é essa obra que põe em causa o tal do combioinho muito giro que poucos usam e que ninguém sabia que existia. De certeza que deve haver um passaroco qualquer que tem de ser protegido. Ou um peixe que ninguém come mas que só existe num qualquer troço daquele rio.
Pois, eu já não acredito em nada disto. Pode ser defeito de engenheira, mas dentro do género eu considero as barragens estruturas úteis, geradoras de energia limpa, elementos capazes de controlar cheias e regular o curso dos rios. Podem não ser as coisas mais bonitas do mundo mas Portugal tem recursos que precisa valorizar. E o sacana do pássaro vai de certeza adaptar-se. E eu prefiro barragens a energia nuclear que acho mesmo mais perigosa. E a eólica ajuda muito, mas as barragens podem produzir quando é necessário e não só quando há vento.
Vamos perdendo as ilusões com o tempo, não é? Mas honestamente eu gosto mais do meu pragmatismo de hoje do que das ilusões do passado.
Quando aconteceu Foz Côa, eu era das que dizia que se devia parar a barragem e preservar as gravuras. Hoje, estou convencida do contrário. Ficámos sem a barragem mas a região não lucrou nada. E se alguém conhece a zona, sabe que o que resta é uma enorme cicatriz na paisagem onde foram escavados os encontros. Sabe que o que sobra são estradas más e nenhum desenvolvimento turístico.
Agora é a vez de Foz Tua. A Unesco está indignada com a barragem. Acho que é essa obra que põe em causa o tal do combioinho muito giro que poucos usam e que ninguém sabia que existia. De certeza que deve haver um passaroco qualquer que tem de ser protegido. Ou um peixe que ninguém come mas que só existe num qualquer troço daquele rio.
Pois, eu já não acredito em nada disto. Pode ser defeito de engenheira, mas dentro do género eu considero as barragens estruturas úteis, geradoras de energia limpa, elementos capazes de controlar cheias e regular o curso dos rios. Podem não ser as coisas mais bonitas do mundo mas Portugal tem recursos que precisa valorizar. E o sacana do pássaro vai de certeza adaptar-se. E eu prefiro barragens a energia nuclear que acho mesmo mais perigosa. E a eólica ajuda muito, mas as barragens podem produzir quando é necessário e não só quando há vento.
Vamos perdendo as ilusões com o tempo, não é? Mas honestamente eu gosto mais do meu pragmatismo de hoje do que das ilusões do passado.
Comentários
1) o "comboinho" tem pouco uso e no entanto é um troço panorâmico de excelência. Isto mostra a) que há um problema de desertificação e despovoamento gravíssimo naquela zona que está chegar ao absurdo e ao trágico b) há, consequentemente, uma falta de valorização dos recursos culturais e turísticos da região (comboinhos deste género na Suíça são local de visita e de passeio)
2) Será que o mundo natural não é mais que um recurso para a elevação do bem estar humano? Não é preciso entrar em místicas ambientalistas para recusar essa ideia. Como a Barragem do Sabor, a do Tua é a morte de um dos poucos rio selvagens na Europa - um património natural que devia ser protegido, como protegemos o património cultural. Está em pé de igualdade com a floresta amazónica e os recifes de coral australianos, proporciona uma experiência natural que tem valor.
Finalmente, pergunto-me qual é a grande e avassaladora utilidade desta barragem para as populações rurais, empobrecidas, de idade muito avançada que vão lá ficando e morrendo. É quase ridículo, do meu ponto de vista, pensar que assim se "desenvolve" o país. Se fosse assim tão simples....
Se calhar não é uma questão de ilusões, mas de não conformismo?