Já sei que vou levar porrada aqui mas ando com esta entalada na garganta
Não ouvi as declarações do Isabel Jonet. Mas o que me chegou aos ouvidos foi uma frase "temos de reaprender a viver mais pobres". E, podem começar a atirar pedras, mas eu concordo com ela! O país inteiro tem de aprender a viver com menos! Temos de nos deixar dos luxos dos restaurantes e dos macdonalds para a família toda ao fim-de-semana, temos de nos deixar de créditos pessoais para comprar telemóveis de 500 euros a que o meu irmão assistiu imensas vezes! Isto também se aplica a mim que vou regressar para um salário a que hoje não estou habituada e que provavelmente é mais baixo do que quando vim para Angola porque hoje há mais impostos. E há pequenos luxos a que hoje não me vou poder dar e não tenho problema nenhum com isto. É assim!
A grande lição desta crise, para mim, é que andámos a gastar a mais e a produzir a menos. E acho muito bem que alguém diga isso!
P.S. Não vou estar aí a tempo da campanha do BA. Mas se alguém dos que conheço tiver intenção de participar que me avise e eu trasfiro dinheiro para a conta dessa pessoa para comprar produtos alimentares em meu nome.
P.S. Não vou estar aí a tempo da campanha do BA. Mas se alguém dos que conheço tiver intenção de participar que me avise e eu trasfiro dinheiro para a conta dessa pessoa para comprar produtos alimentares em meu nome.
Comentários
Olha pra mim a atirar-te pedras!!!
Tu ainda tens desculpa, que andas pelas Áfricas... mas por aqui? Por que ruas te passeias tu quando cá vens de férias?
Olha que o país não é só a malta que entope o cartão de crédito, nem se endivida com viagens. Isso se calhar é o anda à nossa (tua e minha) volta, mas esse não é (só) Portugal.
E digo-te que não sei se o BA não vai ressentir-se grandemente com o que disse esta senhora. Quem se lixa, será mais uma vez o mexilhão.
Que haja esperança e vontade de melhorar a condição de vida. Que não se aceite uma condição miseravel para sempre. Acho que se conseguires ver as declarações vais perceber.
Em relação ao trabalho do Banco Alimentar em si, acho que ninguém tem nada contra e acredito que se vai continuar a apoiar esta iniciativa.
http://entreasbrumasdamemoria.blogspot.fr/2012/11/na-noite-em-que-isabel-jonet.html
(em relação aos excessos no consumo, acredito que sejam uma minoria actualmente, principalmente no que toca às classes menos favorecidas. Quando se ganha o salario minimo, não ha muito por onde se fazer ou cortar).
Mas existe quem não tem dinheiro mesmo, que faça tudo certinho, que trabalho duro e mesmo assim precisa de ajuda e respeito e acho que uma presidente do BA devia estar mais preocupada com estas pessoas. E em respeita-las.
Depois ha a questão do Estado Social em que se deve distinguir entre as questões de urgência, que devem ser atendidas e as questões de manutenção que devem ser continuadas, porque se se tira os diretos à classe média, vai passar a haver mais classe pobre, logo, mais situações de pobreza e de urgência. E a situação vai ser insustentavel.
Quanto ao vizinho que comete loucuras financeiras, isso é um detalhe, que mais cedo ou mais tarde, vai ser resolvido, ninguém aguenta muito tempo uma situação de insanidade assim.
Este discurso enoja-me. Parece que andam todos a dizer que os pobres têm de ganhar juízo e voltar para os bairros sociais, ou para as aldeias de onde nunca deveriam ter sido.
Que venham dizer que é preciso mudar as regras da economia e explicar como é que cada um de nós pode ajudar o país a sair deste fosse, agora este discurso já chega. Já mete nojo.
P.S E eu também não vou deixar de contribuir para o BA, por causa disso. Sei distinguir as coisas.
Mas ontem chegou um colega de Portugal que me disse uma coisa que me fez pensar: Nós em Angola não nos apercebemos, mas em Portugal anda mesmo tudo com os nervos à flor da pele e há coisas que não se podem falar.
Ok, eu calo-me.
De resto, cada qual, tem direito a pensar o que bem entender, claro. E a dizer o que pensa também (menos os ricos que se acham no direito de mandar recados aos pobres :) )