Saudades de aparvalhar

Ontem a Miss Anticorpos, depois do jantar, lançou uma pergunta. "Tiveste saudades de Angola este ano? Do que é que tiveste saudades? ". A minha resposta foi tão imediata que até me assustei: "tive saudades de aparvalhar". E o fundo, esta frase, resume bem aquilo que senti e de que já falei aqui várias vezes. É dificil rir em Portugal, anda tudo sério, somos todos muito sérios e muito profissionais e muito sei lá o quê. Mas rir, a bom rir, aparvalhar, contar piadas estúpidas, mandar bocas foleiras, implicar a noite toda com alguém porque sim, rir.... A mim faz-me falta.
E isto vem tudo a propósito de uma série de jantardas e gargalhadas dos últimos tempos. Amigos velhos, amigos novos, lugares novos que parecem velhos, piadas, jantares que não acabam e em que não nos comportamos como devemos enquanto engenheiros ou pais ou bancários ou escritores ou médicos ou responsáveis de vendas, mas sim como como os jovens de 20 anos que continuamos a ser no coração. Ou que pelo menos durante umas horas voltamos a  ser. E portanto, o plano é este. Rir. Juntar a malta. Sacudir a inércia de sair de casa.
2014 vai ser o ano em que vou dizer de Lisboa o que disse de Luanda " É aqui que vou morar uns anos ir isso é melhor montar uma vida". Acho que estou finalmente capaz de começar a fazer isso.

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