Todos gostamos de ser lembrados

E estimados!
Excepto umas horas breves num festival, a última vez que estive com a tuna foi há 5 anos atrás. Antes do grande fazer de malas. Numa noite estive lá, dei o real sermão a caloiras e aprendizes e deixei um aviso para a posteridade. Um dia viria cobrar e teríamos sarilho se corresse mal.
Os anos passam. Recebem-se os convites mas a vida teima em meter-se no meio. 5 anos depois há finalmente a hipótese de aceitar um convite para uma noite descontraída com elas. Deixei o aviso: ai de quem não souber quem sou. Chego à faculdade. Percebo onde estão pelo vai e vem de miúdas novinhas carregadas de instrumentos. Aproximo-me. E à vez, vão surgindo caras, meio a medo que quando se tem 22 anos alguém de 39 pode ser assustador, todas com um sorriso, "olá sandrus, sou a ....". "Em lembro-me de ti. Era caloira naquela noite. Mas lembro-me do que disseste! Foi importante teres cá estado naquele dia. É tão fixe que hoje estejas! Aparece mais vezes!". Quando dei por ela, história daqui história dali, perguntas e respostas de quem está agora de fitas a quem já trabalha cá fora há muitos anos, cerveja vai cerveja vem, o dia já tinha virado na calendário e eu ainda por ali.
Embrulhada numa capa que a noite pôs-se fria. Sentei-me no chão a ouvir o que é novo, o que sempre foi tocado e senti aquele mesmo orgulho de sempre de ter feito parte daquele projecto e de, de uma certa forma, ainda fazer. Tudo é tão igual, com as mesmas preocupações. Os sonhos estão lá. A consciência do estado da arte a hoje. Os problemas identificados. A evolução mental que 5 anos de escola e de tuna fazem vê-se em cada instante no olhar confiante e altivo das mais antigas e no olhar tímido e hesitante das mais novas que ainda não perceberam que o papel delas é fundamental e que são igualmente importantes. A ver se não deixo tanto tempo passar sem aparecer, porque há gente que gostava de ver crescer.

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