Nepal #2

Pois, nesta viagem não há posts mete nojo. Quem me manda chegar cá depois de um terramoto?
Temos andado pela cidade, a conhecer as várias zonas, todos estes dias. Vi os acampamentos de pessoas que, sensatamente, decidiram esperar em espaços abertos que as réplicas terminassem. Se calhar algumas perderam as casas, mas pelo que vi será uma pequena percentagem.
O que levo daqui é muito mais uma memória de resiliência, calma, paciência e civismo. Hoje conseguimos entrar em katmandu durbar square, uma das praças mais importantes. Não vos vou negar que ficou seriamente destruída. Já começou uma remoção de destroços calma e organizada. Não duvido que daqueles destroços ainda sairão mais corpos. Mas as imagens que me ficaram na cabeça são as filas ordenadas de pessoas a retirar madeira, militares a carregar traves de madeira, militares a distribuir água. Uma cidade a recuperar, a abrir lentamente as portas do comércio, a negociar calmamente e a não inflaccionar preços.
Vamos pela rua e ouvimos 'namaste' a cada passo. Entramos nos pátios privados e ninguém nos olha de lado. Olham e dizem 'namaste'.
Somos pessoas com sorte? Não tenho a menor dúvida disso.... Ficámos sem água e sem luz mas entre o gerador e o poço safámo-nos muito bem. Sim, somos afortunados. E todas as noites falamos sobre a cidade e sobre a nossa admiração por este povo.
Nas aldeias já sabemos que a história é pior. Mas não tenho dúvidas que o povo nepalês vai dar a volta por cima.

Comentários