Primavera, comida de Inverno e o mais que me vier à cabeça

Acho que disse isto no ano passado mas deixem-me repetir: nunca me apercebi tanto da Primavera como em Londres. Ou em Wimbledon para ser mais exacta. Mal os dias aquecem um bocadinho, as árvores e os arbustos enlouquecem e é um mundo de flores por todo o lado. Há uma famosa magnólia perto de minha casa que é algo como nunca vi. Esta semana o jardim ao lado do escritório tornou-se o restaurante de meio mundo e a relva parecia a areia na praia no Algarve em pleno Agosto ("pode chegar-se para lá um bocadinho para me conseguir sentar aqui?". Os dias estão quentes, solarengos e é impossível não querer estar lá fora. Eu (ainda) tenho o bónus extra do jardim e da passarada e das abelhas. Aproveitar que acho que a temperatura vai baixar de novo na próxima semana.

E esta sensação de Primavera lá fora contrasta claramente com os meus pequenos-almoços. Passei a semana a porridge (que pode ser facilmente considerada comida de Inverno). Mas descobri que gosto muito de flocos de aveia cozinhados com "leite" de caju ou de amêndoa (para uma pessoa que como eu nunca achou piada ao sabor do leite, estas descobertas foram fantásticas!!) e com fruta que amolece e espalha doçura. Por isso, uma montanha de fruta fresca, iogurte, pudim de chia e o mais que me apetecer quando olho à volta. Um dia destes volto seguramente às torradas com manteiga e queijo, mas para já não lhes sinto falta.
E livros, claro. Lá perdi eu mais uma vez a cabeça no fim-de-semana passado numa livraria deliciosa em South Kensington. Um livro da Karen Blixen (foi para as prateleiras dos "a ler") e Stoner de John Williams. Não gostei particularmente de Butcher's Crossing do mesmo autor que li há uns meses (demasiado cru, duro, mas uma dureza que não constrói nada) mas alguém me disse que tinha gostado de Stoner e eu pensei cá com os meus botões que o pior que pode acontecer é não gostar. Mas logo nas primeiras páginas aparece o parágrafo abaixo e eu quero ler mais.


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