Lealdade profissional e coisas afins
Lealdade profissional é uma coisa estranha.
Os valores que os meus pais me incutiram passam muito por lealdade, trabalhar honestamente, fazer o meu melhor. Trabalhei para a mesma empresa (ou mais precisamente para o mesmo grupo) mais de 17 anos. Desses, mais de 15 foram para a mesma empresa. Cresci lá profissionalmente e assimilei muitos dos valores. É uma empresa de gente que fica na casa para lutar e luta até à última gota de sangue. Um dia, vá lá Deus saber porquê (porque eu acho que sei mas se calhar nem eu tenho a visão clara e completa disso), decidi sair e ir buscar novas aventuras. Mas ainda hoje, e fá-lo-ei para sempre, eu digo "nós" em relação a essa empresa. Sofro com os sofrimentos deles e prometi lá a quem de direito que, se as condições da empresa um dia forem as certas, eu volto.
Mas agora trabalho para outra empresa. E planeio ficar por muitos anos. Não só porque não sou uma mercenária que muda a cada dois anos em função de quem paga mais, mas também porque durante a tourada do ano passado eles foram absolutamente impecáveis comigo. Bem que as chefias podem dizer que não fizeram nada de especial, mas eu acho que fizeram. E estou-lhes grata, muito grata.
Colocaram-me num projecto fabuloso. Com uma posição que não poderia sonhar há pouco mais de um ano atrás. Pergunto-me todos os dias se estou à altura daquilo. Será que estou à altura da responsabilidade? Será que tecnicamente sei que chegue? Será que já sou "gestora" o suficiente para lidar com a política que vem com o lugar? Acho que não. Mas todos os dias olho para o medo nos olhos, saio da cama e digo "Ainda não é hoje que me vences, hoje eu vou fazer o meu melhor e amanhã voltamos a falar". É um equilíbrio diário entre o que é melhor para o projecto que mete várias empresas e ao mesmo tempo defender quem me paga o salário. Tentar conciliar as duas coisas nem sempre é linear. E nem sempre defender a empresa significa defender-me a mim. Porque a verdade é, que sei eu? Ainda por cima, nalgumas coisas, o meu cérebro é dolorosamente lento. Passa por fases de dúvida, irritação, vontade de me queixar, não saber o que fazer, questionar, duvidar, testar conversas na minha cabeça e procurar o caminho.
Mas a verdade é que, um dia, na minha cabeça, faz-se luz! As peças do puzzle encaixam e o caminho que eu devo seguir parece-me o correcto. Geralmente a solução é aquela que, eticamente, me parece a mais correcta. Hoje é um desses dias: uma frase de um colega e as peças encaixaram. Ele ajudou-me a meter a última peça no lugar e eu sei o caminho. Onde me leva? Não sei. Mas sei que é o caminho que me vai ajudar a dormir de consciência tranquila esta noite.
E sim, isto é um post meio críptico e misterioso. Mas é o que é, para mim faz sentido. E faz-me bem meter estas coisas no papel.
Tenham um bom fim-de-semana gente!
Os valores que os meus pais me incutiram passam muito por lealdade, trabalhar honestamente, fazer o meu melhor. Trabalhei para a mesma empresa (ou mais precisamente para o mesmo grupo) mais de 17 anos. Desses, mais de 15 foram para a mesma empresa. Cresci lá profissionalmente e assimilei muitos dos valores. É uma empresa de gente que fica na casa para lutar e luta até à última gota de sangue. Um dia, vá lá Deus saber porquê (porque eu acho que sei mas se calhar nem eu tenho a visão clara e completa disso), decidi sair e ir buscar novas aventuras. Mas ainda hoje, e fá-lo-ei para sempre, eu digo "nós" em relação a essa empresa. Sofro com os sofrimentos deles e prometi lá a quem de direito que, se as condições da empresa um dia forem as certas, eu volto.
Mas agora trabalho para outra empresa. E planeio ficar por muitos anos. Não só porque não sou uma mercenária que muda a cada dois anos em função de quem paga mais, mas também porque durante a tourada do ano passado eles foram absolutamente impecáveis comigo. Bem que as chefias podem dizer que não fizeram nada de especial, mas eu acho que fizeram. E estou-lhes grata, muito grata.
Colocaram-me num projecto fabuloso. Com uma posição que não poderia sonhar há pouco mais de um ano atrás. Pergunto-me todos os dias se estou à altura daquilo. Será que estou à altura da responsabilidade? Será que tecnicamente sei que chegue? Será que já sou "gestora" o suficiente para lidar com a política que vem com o lugar? Acho que não. Mas todos os dias olho para o medo nos olhos, saio da cama e digo "Ainda não é hoje que me vences, hoje eu vou fazer o meu melhor e amanhã voltamos a falar". É um equilíbrio diário entre o que é melhor para o projecto que mete várias empresas e ao mesmo tempo defender quem me paga o salário. Tentar conciliar as duas coisas nem sempre é linear. E nem sempre defender a empresa significa defender-me a mim. Porque a verdade é, que sei eu? Ainda por cima, nalgumas coisas, o meu cérebro é dolorosamente lento. Passa por fases de dúvida, irritação, vontade de me queixar, não saber o que fazer, questionar, duvidar, testar conversas na minha cabeça e procurar o caminho.
Mas a verdade é que, um dia, na minha cabeça, faz-se luz! As peças do puzzle encaixam e o caminho que eu devo seguir parece-me o correcto. Geralmente a solução é aquela que, eticamente, me parece a mais correcta. Hoje é um desses dias: uma frase de um colega e as peças encaixaram. Ele ajudou-me a meter a última peça no lugar e eu sei o caminho. Onde me leva? Não sei. Mas sei que é o caminho que me vai ajudar a dormir de consciência tranquila esta noite.
E sim, isto é um post meio críptico e misterioso. Mas é o que é, para mim faz sentido. E faz-me bem meter estas coisas no papel.
Tenham um bom fim-de-semana gente!
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