Ora bolas que às vezes parece que viro filósofa

Há quem diga que somos fundamentalmente sempre a mesma pessoa ao longo da vida. Há que diga que mudamos. Eu não sei bem. Acho que prefiro o termo “evoluímos”. E esta conversa vem de olhar para mim nos últimos tempos.... a minha capacidade para lidar com as coisas muda e onde antes se calhar ia fazer uma noite de copos para espairecer, se calhar agora ligo os auriculares ao telefone e faço uma sessão de meditação guiada (eu sei, eu sei, “chamem o FBI que a Sandra foi raptada por extraterrestres!”); onde antes queria passar férias numa grande cidade europeia, agora eu sonho com um canto do mundo verde, isolado e com uma nesga de mar ao fundo. Claro que estas coisas são circunstanciais mas ao mesmo tempo não são. São a vida, a minha vida. E se calhar até isto de pensar na vida é algo que faço agora e não fazia antes. Devo estar a ficar mais sábia. Ou não. Mas o ponto é que sou mais feliz assim, aceitando este fluir em vez de me tentar agarrar ao que era. E isto, claramente filosofia barata que está de certeza em qualquer livro de auto-ajuda de pacotilha, é algo que eu tinha de descobrir por mim.
Mas há coisas que ficam, que são para sempre. E uma delas vem visitar-me esta semana. Com a filhota (nota mental.... se calhar é boa ideia tirar da parte de baixo das prateleiras as minhas chávenas Vista Alegre do século 19 ou isto ainda corre mal) e com tempo para falarmos e descobrirmos onde mudámos e o que somos agora. Deixa lá ver se mudámos assim tanto ou não.
E já agora, quais são as mudanças que importam na verdade? São os valores? São as coisas pequeninas do dia-a-dia? São os nossos gostos estéticos? A descoberta da nossa mortalidade e a luta contra ela?

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