E assim se afastam pessoas de museus
Jen Henderikse - Den Haag, 1991
Estou de férias. Apeteciam-me museus. Dentro de portas, isso significa passar uns dias em Lisboa (afinal, claramente é aqui que está a maior concentração do país). Mas nem tudo são rosas....Queria ir ao Palácio Nacional da Ajuda. Mas no mesmo edifício está o Museu do Tesouro Real. Onde não se pode entrar com carteiras, mochilas ou casacos. E onde os sacaninhas dos cacifos necessitam de moedas para funcionar. Moedas? A sério? E por acaso, o Museu do Tesouro Real é gerido pela Câmara de Lisboa e é considerado um museu privado, e portanto o cartão para os museus nacionais não é válido. Bom, seja como for, posso pelo menos ir almoçar à cafetaria. Ou não, porque para aceder à cafetaria é preciso pagar bilhete. Bom, provavelmente o melhor é esquecer, porque só dois ou três cacifos estavam ocupados, o que claramente significa que estão lá dentro outras tantas pessoas e claramente a cafetaria não vai ter muito movimento.
Mas ainda assim, não há problema. O Palácio da Ajuda é ao lado, lá vou eu. E nesse o meu cartão é válio. Mas não tem cafetaria. E a máquina de café está avariada. A sério? Ok, que se lixe. Vou embora e volto mais tarde.
Acabei por ir ao CCB. Onde almocei. E onde vi exposições que me fazem sentir um Velho do Restelo porque realmente arte do século XX não é, na sua maioria, algo que eu entenda ou ache bonito. Mas mesmo que não goste, aprendo.
Mas voltando ao ponto de partida: que tal se os museus tiverem cafetarias facilmente acessíveis? Que tal se isso for usado com uma porta de entrada para o museu, para o tornar mais vivo? E se não souberem como é que isso se faz, por favor mandem um estagiário uns meses para o V&A que ele logo aprende.
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