Abençoada chuva

 


Há muitos anos que não via a ribeira da aldeia do meu pai assim. Cheia de água translúcida, as pedras do fundo a verem-se todas e as algas verdes radiantes a lutarem com a corrente para se manterem no lugar. 

Quando era miúda, era nesta ribeira que se lavavam as tripas no dia da matança do porco. No Verão entrávamos água adentro para apanhar peixes e girinos. Depois a ribeira parece ter desaparecido da minha vida. Cruzo-a várias vezes ao ano e mal a vejo. Talvez por isso me tenha alegrado tanto vê-la ontem na sua antiga glória.

Abençoada chuva que caiu nos últimos meses!

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