1 ano de Angola
Fez ontem 1 ano que cheguei a Angola. Lembrei-me disso à noite, quando jantava com um dos amigos que Angola me deu.
Há um ano atrás, aterrei estremunhada, cansada, suada, farta de um vôo nocturno que nunca mais acabava. Apanhei a sala velha dos passaportes. Horas de pé, uma grande confusão, sem ar condicionado. A mesa de trabalho que me deram é numa empresa que não é a minha de sempre. Passei a ouvir falar mais de vidros e estuques que ancoragens e estacas. Em vez de Qualidade, o sistema prioritário era Segurança.
Cheguei e conheci gente simpática mas as duas colegas de casa não se podiam ver. Não sabia onde era nada, os passeios eram intransitáveis. Tinha cá dois amigos de sempre, o meu irmão adoptivo angolano e a Suzette. Rapidamente ganhei uma família adoptiva, tios, tias, amigos, gente que se preocupa. Rapidamente me comecei a sentir confortável e com a saída das 2 colegas, a casa tornou-se um lugar mais simpático embora não só meu. Por isso mesmo, quando estou sozinha em casa e junto os amigos para jantar, é uma festa!
Ao longo deste ano, fiz 2 viagens memoráveis por Angola. 4x2 dias de puro gozo e paisagens estonteantes!
Fiz amigos. Alguns são circunstanciais, válidos para Angola. Outros acho e espero que fiquem por muito tempo!
Fui a Moçambique! Claramente uma das viagens da minha vida. Um sonho de há vários anos. E pela primeira vez, no Xai-Xai, percebi a influência da História nas nossas vidas. A minha vida foi em Portugal e não em Moçambique porque a História (a guerra colonial, o 25 de Abril, a independência das colónias) assim o quis. Já tinha sentido outras vezes que a minha vida podia ter sido outra mas nunca tinha sentido a história a mudar a minha vida.
Aprendi a gostar de praia, li, ganhei lugares favoritos. Aprendi que a água na torneira não é um dado adquirido. Continuei com os meus tecidos e as minhas mantas. Percebi a importância da minha outra vida na minha vida.
Pelo caminho, faço parate de uma equipa que certificou 3 empresas em segurança no trabalho segundo normativos internacionais e com auditores portugueses.
Aprendi a conduzir em Angola. A não me amedrontar quando a polícia me pára por qualquer motivo. Aprendi a gostar de África (não de Luanda, Luanda é Luanda e não África), dos embondeiros, o pôr-do-sol. Da savana e do deserto e dos bichos.
Aprendi que não me desagrada esta vida de expatriada porque conhecemos muita gente e porque as pessoas estão mais disponíveis.
Mas continuo a saber que a minha casa é em Portugal, no Porto, em Penela da Beira. Tenho saudades dos pais e do Melga e dos amigos. E tenho muitas saudades da minha casa, das minhas coisas, da decoração dos meus cantos que conta a história da minha vida. E fico feliz quando vou de férias e os posso rever a todos e encher-me de sushi.
Tenho mais 2 anos pela frente. Vou continuar a vivê-los e a aproveitá-los e a meter África e Angola na minha vida.
Há um ano atrás, aterrei estremunhada, cansada, suada, farta de um vôo nocturno que nunca mais acabava. Apanhei a sala velha dos passaportes. Horas de pé, uma grande confusão, sem ar condicionado. A mesa de trabalho que me deram é numa empresa que não é a minha de sempre. Passei a ouvir falar mais de vidros e estuques que ancoragens e estacas. Em vez de Qualidade, o sistema prioritário era Segurança.
Cheguei e conheci gente simpática mas as duas colegas de casa não se podiam ver. Não sabia onde era nada, os passeios eram intransitáveis. Tinha cá dois amigos de sempre, o meu irmão adoptivo angolano e a Suzette. Rapidamente ganhei uma família adoptiva, tios, tias, amigos, gente que se preocupa. Rapidamente me comecei a sentir confortável e com a saída das 2 colegas, a casa tornou-se um lugar mais simpático embora não só meu. Por isso mesmo, quando estou sozinha em casa e junto os amigos para jantar, é uma festa!
Ao longo deste ano, fiz 2 viagens memoráveis por Angola. 4x2 dias de puro gozo e paisagens estonteantes!
Fiz amigos. Alguns são circunstanciais, válidos para Angola. Outros acho e espero que fiquem por muito tempo!
Fui a Moçambique! Claramente uma das viagens da minha vida. Um sonho de há vários anos. E pela primeira vez, no Xai-Xai, percebi a influência da História nas nossas vidas. A minha vida foi em Portugal e não em Moçambique porque a História (a guerra colonial, o 25 de Abril, a independência das colónias) assim o quis. Já tinha sentido outras vezes que a minha vida podia ter sido outra mas nunca tinha sentido a história a mudar a minha vida.
Aprendi a gostar de praia, li, ganhei lugares favoritos. Aprendi que a água na torneira não é um dado adquirido. Continuei com os meus tecidos e as minhas mantas. Percebi a importância da minha outra vida na minha vida.
Pelo caminho, faço parate de uma equipa que certificou 3 empresas em segurança no trabalho segundo normativos internacionais e com auditores portugueses.
Aprendi a conduzir em Angola. A não me amedrontar quando a polícia me pára por qualquer motivo. Aprendi a gostar de África (não de Luanda, Luanda é Luanda e não África), dos embondeiros, o pôr-do-sol. Da savana e do deserto e dos bichos.
Aprendi que não me desagrada esta vida de expatriada porque conhecemos muita gente e porque as pessoas estão mais disponíveis.
Mas continuo a saber que a minha casa é em Portugal, no Porto, em Penela da Beira. Tenho saudades dos pais e do Melga e dos amigos. E tenho muitas saudades da minha casa, das minhas coisas, da decoração dos meus cantos que conta a história da minha vida. E fico feliz quando vou de férias e os posso rever a todos e encher-me de sushi.
Tenho mais 2 anos pela frente. Vou continuar a vivê-los e a aproveitá-los e a meter África e Angola na minha vida.
Comentários
Bjs
PS Adorei o post
que belo balanço, que continue a aventura africana!
Beijos.
Cá te esperamos, sempre que queiras e tenhas oportunidade!
Gosto de vir aqui e conhecer África através dos teus olhos e dos teus sentidos. Espero que estes próximos 2 anos te continuem a trazer momentos de prazer e que os possas partilhar um pouco connosco (comigo)!